Boas Vindas

Olá caro visitante,

depois de alguns anos estudando ocultismo, chego em um momento que sinto o dever de dar minha contribuição para quem está na busca do conhecimento.


Meu objetivo é compartilhar meus materiais de estudo e talvez, algumas experiências.


Não espere encontrar aqui todas as informações que procura.


Não sou escritor nem um sacerdote de algum movimento ocultista, muito menos alguém afim de ganhar dinheiro com isso. Sou uma pessoa normal como qualquer outra, e que em um determinado momento da minha vida, abri mão dos meus medos e dogmas e resolvi estudar os mistérios em busca da verdade.


- Qual a minha religião?

Hoje não tenho, porque entendo que princípios religiosos me impediria de investigar o que pretendo.


Sou uma pessoa espiritualizada, faço parte da maçonaria, onde tenho o 33º grau.


Se o conteúdo aqui publicado, puder pelo menos contribuir com alguma coisa, me dou por satisfeito.


Um grande abraço,


CD.

O misterioso número 777


No livro Apocalipse de João, em 19.11-21, o salvador é descrito como um Guerreiro Divino. Em seu manto e sua coxa está escrito “Rei dos Reis” e “Senhor dos Senhores”, que em aramaico somam o número 777. 
Ele é o guerreiro que lutará com a besta de sete cabeças e dez chifres, que sobre elas está escrito a palavra "Blasfêmia”, oculto pelo número "666" 13.1-18.



Tarot


As cartas de tarot, ocultam muito mais segredos do que a maiorias das pessoas imaginam. Por muitos séculos, elas foram consideradas como um jogo da sorte, e eram vinculadas as mulheres ciganas e prostitutas. Mas Antoine Court de Gebelin (1725 – 1784), um pastor protestante (e para variar, também maçom J), publicou em seu livro Monde Primitif, Analysé Et Compare Avec Le Monde Moderne”,  que o Tarot era um repositório de uma sabedoria vinda dos egípcios.

Gebelin acreditava que o conhecimento dos mistérios egípcios foram levados para Grécia e depois para Roma, onde foram codificados em imagens. Posteriormente as imagens se converteram em cartas, e se popularizaram como um jogo da sorte. Suas contribuições deram uma nova abordagem ao Tarot. Além da ligação dos trunfos com o Egito, Gebelin fez uma alusão dos arcanos maiores as letras do alfabeto hebraico e mudou a posição da carta do Tolo da última para a primeira posição.

Após a revelações de Gebelin, os estudos do Tarot não pararam por aí. Em 1854, um outro estudioso chamado Alphonse Louis Constant, mais conhecido por Eliphas Levi, publicou a obra chamada “Dogme Et Rituel De La Haute Magie”. Levi deu continuidade ao trabalho de Gebelin, e fez pela primeira vez as associações dos arcanos menores com as sephiroth da Cabala, dos arcanos maiores com os 22 caminhos e dos naipes com os quatro elementos. Levi denominava o Tarot como a “chave universal para os trabalhos mágicos”. Através do Tarot, o homem teria acesso aos mistérios do universo e poderia comprovar os dogmas religiosos.

Em 1889, o ocultista e maçom suíço Joseph Paul Oswald Wirth (1860 – 1943), redesenhou os arcanos maiores do Tarot de Marselha,  introduzindo algumas modificações sugeridas por Levi. Suas cartas foram utilizadas nos trabalhos do francês Gérard Anaclet Vincent Encausse (1865 – 1916), popularmente conhecido como Papus. Ocultista ligado a diversas ordens esotéricas, sendo as principais a Teosofia e Maçonaria, mas seu maior destaque foi a recriação da Ordem Martinista.
Papus criou uma exposição sistêmica do Tarot,  ligando a ele o nome de Deus YHVH,  astrologia,  numerologia, teogonia, cosmogonia, etc.

Em 1910, Arthur Edward Waite (1857 – 1942), publicou “The Pictorial Key To The Tarot”, juntamente com seu baralho que ficou popularmente conhecido como Tarot Rider-Waite. Membro ativo da maçonaria e da Hermética Ordem da Aurora Dourada, Waite revolucionou o Tarot propondo figuras aos arcanos menores, e assim facilitando a interpretação das cartas. Antes de Waite, somente os arcanos maiores  apresentavam figuras. Com os conhecimentos adquiridos na Golden Dawn, Waite fez ajustes no Tarot, trocando de posição das cartas da Força e da Justiça. Seu Tarot tornou-se o mais vendido no mundo até os dias de hoje.

O mais impressionante trabalho desenvolvido sobre o Tarot, surgiu em 1943, com o nome de “The Thoth Tarot”. O trabalho foi desenvolvido entre os anos 1938 e 1943, pelo ocultista Edward Alexander Crowley (1875 – 1947), mais conhecido como Aleister Crowley e a artista plástica Marquerite Frieda Haris (1877 – 1962).  Em 1904, em sua viagem de lua de mel ao Egito, durante um ritual de magia com sua esposa, Rose Edith Kelly, Crowley alegou ser contatado por uma entidade Chamada Aiwass, que dizia ser mensageiro do Deus Hórus. Esta entidade sussurrou para Crowley durante três dias, mensagens envidadas por Hórus. Crowley as anotou na íntegra e as transformou no livro chamado “Liber Al Vel Legis“ (O Livro da Lei). O livro trazia os mandamentos do que se tornaria uma nova religião que ficou conhecida por Thelema. Com base no Livro da Lei, Crowley e Frieda Haris, desenvolveram o Tarot. Encontram-se escondidos entre as imagens das lâminas, diversos símbolos de magia sexual, magia enochiana, maçonaria, alquimia, astrologia, cabala, entre outros.

O Tarot de Toth também possui uma relação direta com outras obras. Podemos citar
O Liber 418, que narra as experiências de Crowley e seu discípulo Victor Benjamin Neuburg  pelos 30 aethers enochianos (segundo Crowley este é o segundo livro em importância depois do Liber Al Vel Legis); o Liber 777 (escrito por Crowley), livro com significados ocultos da cabala; o Sepher Sephiroth (escrito por Crowley e Allan Bennet), livro baseado na Gematria e seus significados e o “Hodos Chamelionis“, manuscrito da Golden Dawn, o qual Crowley e Frieda usaram para basear as cores utilizadas nas cartas.

Para Crowley, o Tarot é uma ferramenta sagrada. Adeptos das Ordo Templi Orientis e da Astrum Argentum, ordens de magia a qual Crowley tem profunda influencia,  utilizam o Tarot para comprovar a veracidade de suas evocações e práticas mágicas. Eles também utilizam para a conversação com seu sagrado anjo guardião.

Acreditar ou não no Tarot, é escolha de cada um. Mas ninguém pode negar que essas cartas intrigam a humanidade há séculos., e que por trás delas, encontram-se a beleza da arte e filosofia.


Magia Enochina


Durante os anos 1582 a 1589, John Dee, matemático, astrólogo da rainha Elizabeth I, e Edward Kelley, alquimista e vidente, se encontravam secretamente para realizar rituais de magia, evocando criaturas sobrenaturais as quais Dee acreditavam ser os anjos citados por Enoque. 

Os rituais baseavam-se em orações recitadas fervorosamente por Dee, enquanto Kelley ficava olhando para um espelho negro de obsidiana. Essas criaturas se manifestavam e transmitiam informações a Kelley, enquanto Dee anotava tudo meticulosamente. 
Os anjos ensinaram a Dee e Kelley, três sistemas completos de magia, que incluíam tabelas, sigilos de cera, bola de cristal, anel de ouro, mesa para realizar os rituais e até uma linguagem capaz de abrir 49 portais para todo o universo. 
Os diários de Dee ficaram escondidos dentro de um baú por quase cinquenta após sua morte, quando um colecionador comprou da família os itens de sua biblioteca. Devido ao mal estado do baú, o fundo dele cedeu, e revelou os diários. Este material foi para o museu britânico, e por lá ficou esquecido por muito tempo. 
No Final do século IXX, um homem chamado Samuel Liddell MacGregor Mathers, mestre maçom, estudou os diários de Dee, e recriou parte dos rituais dentro da Hermética Ordem da Aurora Dourada, mais conhecida como Golden Dawn. Posteriormente, outro membro da Aurora Dourada, chamado Aleister Crowley, evoluiu com uma outra parte do sistema, ignorado por Mathers. Enquanto Mathers se concentrou na Tabula Sancta, segundo sistema transmitido pelos anjos, Crowley desvendou o último sistema conhecido por Aethers. 
Em meados do século XX, Anthon Lavey, autor da bíblia satânica, estudou os materiais produzidos por Mathers e Crowley, e usou a linguagem transmitida pelos anjos, para construir evocações para seus rituais satânicos. 
A magia Enochiana, como é chamada nos dias de hoje, é praticada por um grupo muito pequeno de pessoas, devido a complexidade dos seus rituais. Ela também é conhecida como a magia mais perigosa, e temida por muitos ocultistas. É comum, nos fóruns de internet, ouvir relatos de aventureiros e até ocultistas experientes, que se deram mal em rituais. 
Uma famosa frase de Crowley retrata isso: 
- Para se praticar magia, é preciso vontade. Para se praticar magia enochiana, é preciso cuidado. 
Apesar dos alertas, muitas pessoas se dedicaram a desvendar os mistérios da magia enochiana. 
Dentre os principais pesquisadores modernos, destaco Gerald Schueler (1942-2013), Benjamin Rowe (1952-2002), Chic Cicero (1936) e Lon Milo Duquette(1948). A magia enochiana continua evoluindo, e ainda se tem muito a ser descoberto. Segue as fotos do material de Dee no museu britânico.