As
cartas de tarot, ocultam muito mais segredos do que a maiorias das pessoas
imaginam. Por muitos séculos, elas foram consideradas como um jogo da sorte, e
eram vinculadas as mulheres ciganas e prostitutas. Mas Antoine Court de Gebelin
(1725 – 1784), um pastor protestante (e para variar, também maçom J), publicou em seu livro
Monde Primitif, Analysé Et Compare Avec Le Monde Moderne”, que o Tarot era um repositório de uma
sabedoria vinda dos egípcios.
Gebelin
acreditava que o conhecimento dos mistérios egípcios foram levados para Grécia
e depois para Roma, onde foram codificados em imagens. Posteriormente as
imagens se converteram em cartas, e se popularizaram como um jogo da sorte. Suas
contribuições deram uma nova abordagem ao Tarot. Além da ligação dos trunfos
com o Egito, Gebelin fez uma alusão dos arcanos maiores as letras do alfabeto
hebraico e mudou a posição da carta do Tolo da última para a primeira posição.
Após
a revelações de Gebelin, os estudos do Tarot não pararam por aí. Em 1854, um
outro estudioso chamado Alphonse Louis Constant, mais conhecido por Eliphas
Levi, publicou a obra chamada “Dogme Et Rituel De La Haute Magie”. Levi deu
continuidade ao trabalho de Gebelin, e fez pela primeira vez as associações dos
arcanos menores com as sephiroth da Cabala, dos arcanos maiores com os 22
caminhos e dos naipes com os quatro elementos. Levi denominava o Tarot como a
“chave universal para os trabalhos mágicos”. Através do Tarot, o homem teria
acesso aos mistérios do universo e poderia comprovar os dogmas religiosos.
Em
1889, o ocultista e maçom suíço Joseph Paul Oswald Wirth (1860 – 1943),
redesenhou os arcanos maiores do Tarot de Marselha, introduzindo algumas modificações sugeridas
por Levi. Suas cartas foram utilizadas nos trabalhos do francês Gérard Anaclet
Vincent Encausse (1865 – 1916), popularmente conhecido como Papus. Ocultista
ligado a diversas ordens esotéricas, sendo as principais a Teosofia e Maçonaria,
mas seu maior destaque foi a recriação da Ordem Martinista.
Papus
criou uma exposição sistêmica do Tarot,
ligando a ele o nome de Deus YHVH,
astrologia, numerologia,
teogonia, cosmogonia, etc.
Em
1910, Arthur Edward Waite (1857 – 1942), publicou “The Pictorial Key To The
Tarot”, juntamente com seu baralho que ficou popularmente conhecido como Tarot
Rider-Waite. Membro ativo da maçonaria e da Hermética Ordem da Aurora Dourada,
Waite revolucionou o Tarot propondo figuras aos arcanos menores, e assim
facilitando a interpretação das cartas. Antes de Waite, somente os arcanos
maiores apresentavam figuras. Com os
conhecimentos adquiridos na Golden Dawn, Waite fez ajustes no Tarot, trocando
de posição das cartas da Força e da Justiça. Seu Tarot tornou-se o mais vendido
no mundo até os dias de hoje.
O
mais impressionante trabalho desenvolvido sobre o Tarot, surgiu em 1943, com o
nome de “The Thoth Tarot”. O trabalho foi desenvolvido entre os anos 1938 e
1943, pelo ocultista Edward Alexander Crowley (1875 – 1947), mais conhecido
como Aleister Crowley e a artista plástica Marquerite Frieda Haris (1877 –
1962). Em 1904, em sua viagem de lua de
mel ao Egito, durante um ritual de magia com sua esposa, Rose Edith Kelly,
Crowley alegou ser contatado por uma entidade Chamada Aiwass, que dizia ser
mensageiro do Deus Hórus. Esta entidade sussurrou para Crowley durante três dias,
mensagens envidadas por Hórus. Crowley as anotou na íntegra e as transformou no
livro chamado “Liber Al Vel Legis“ (O Livro da Lei). O livro trazia os
mandamentos do que se tornaria uma nova religião que ficou conhecida por
Thelema. Com base no Livro da Lei, Crowley e Frieda Haris, desenvolveram o
Tarot. Encontram-se escondidos entre as imagens das lâminas, diversos símbolos
de magia sexual, magia enochiana, maçonaria, alquimia, astrologia, cabala,
entre outros.
O
Tarot de Toth também possui uma relação direta com outras obras. Podemos citar
O
Liber 418, que narra as experiências de Crowley e seu discípulo Victor Benjamin
Neuburg pelos 30 aethers enochianos
(segundo Crowley este é o segundo livro em importância depois do Liber Al Vel
Legis); o Liber 777 (escrito por Crowley), livro com significados ocultos da
cabala; o Sepher Sephiroth (escrito por Crowley e Allan Bennet), livro baseado
na Gematria e seus significados e o “Hodos Chamelionis“, manuscrito da Golden
Dawn, o qual Crowley e Frieda usaram para basear as cores utilizadas nas
cartas.
Para
Crowley, o Tarot é uma ferramenta sagrada. Adeptos das Ordo Templi Orientis e
da Astrum Argentum, ordens de magia a qual Crowley tem profunda influencia, utilizam o Tarot para comprovar a veracidade
de suas evocações e práticas mágicas. Eles também utilizam para a conversação
com seu sagrado anjo guardião.
Acreditar
ou não no Tarot, é escolha de cada um. Mas ninguém pode negar que essas cartas
intrigam a humanidade há séculos., e que por trás delas, encontram-se a beleza
da arte e filosofia.
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